segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Meus descobrimentos pela vida a fora...

Ano passado várias coisas legais aconteceram comigo e passei por várias transformações. Vejo essas "coisas legais" como meus últimos momentos por mim mesma, tipo: "Julia, por ela mesma"...rs  meio nome de filme, mas tudo isso foi uma preparação para que pudesse engravidar tranquilamente, depois de ter feito coisas que tinha vontade, mas que nunca tinha tempo ou coragem. Foi algo como me colocar em dia comigo mesma.
Primeiro tive que diminuir minhas aulas de inglês na semana, pq fazia há bastante tempo e nunca quis parar, e comecei a buscar lazer e prazer em outras atividades também.

Não me lembro bem por onde comecei, mas acho que foi no jazz. Comecei a fazer aula de jazz em uma escola perto de casa e a dança dispertou um lado tão leve em mim que foi muito bacana. Os alongamentos das aulas eram maravilhosos, quase RPG, e consegui ter uma consciência corporal fascinante. Perdi várias travas que tinha, consegui me soltar e fui conhecendo os limites do meu corpo. Me senti muitas vezes muito sexy....rs  pq jazz sem sensualidade não é jazz! Mas, o marido achava "engraçada" minhas "dancinhas"... rs  Vê se pode!
Voltei a nadar também, uma coisa que AMO demais fazer e nessa levei o marido comigo. É claro que eu sempre soube nadar melhor do que ele (modéstia!), aliás, eu ensinei ele a nadar. Ensinei todos os estilos, inclusive o golfinho, que sempre foi meu preferido. Mesmo ele com  todo seu tamanho, com pernas de ciclista que escala montanha, e tudo mais, eu sempre disparava na frente dele nas nossas competições. Era sempre ele quem pagava as panquecas depois das aulas, pq íamos comer em uma cantina italiana que tinha perto pra recuperar as calorias perdidas, claro...rs  Gordinhos são sempre gordinhos, mesmo com exercícios! hehehe

Voltei também a fazer aula de violão. Aprendi a tocar violão quando era pequena, mais bossa nova, música brasileira, aí ano passado fui em uma terapeuta mutcho doidja que me incentivou a investir em uma carreira artística, pq ela dizia que eu tinha o dom para arte, para a música... e lá fui eu, acreditando nela! Comprei um violão acústico maravilhoso e um amplificador para ligar o violão e o microfone. Tinha certeza que sairia fazendo shows e sucesso por aí...rs, mas é claro que nada disso aconteceu.  As aulas de violão pelo menos eram o maior barato, e chamei mais uma vez o marido para me acompanhar. Ele começou fazendo aula de baixo, e eu de violão,  e era tudo na mesma aula! Já no primeiro dia fizemos até um som com o professor e sempre gravávamos em uma fitinha, que eu pensava que um dia valeria ouro! O ruim eram as músicas... o professor só passava tipo "morena tropicana", "que país é esse"....rs  e, logo, acabamos desistindo, e nada de shows, nem de sucesso...
A parte mais legal dessa fase de descobrimento foi quando entrei para o teatro. Ah, esse foi um momento muito legal. Entrei na Escola de Teatro Macuinaíma. Morri de vergonha no começo, mas tive que aprender a improvisar, a interagir com pessoas que ainda não conhecia, e a me descobrir! As aulas do curso básico de teatro foram incríveis em todos os sentidos, não somente por aprender um pouco sobre encenação, em como ser um ator, e sim em aprender a ser eu mesma! Foi como ter uma visão diferente da vida em uma fase já avançada e de difícil mudança, pq com 30 anos a gente pensa que já sabe tudo. Era até um pouco medroso esperar pelo o que poderia vir, mas ao mesmo tempo era uma adrenalina muito boa, um deixar levar e tudo fugindo do controle....
As aulas de teatro foram até o meio desse ano e foi ficando cada vez mais sério. A preparação do ator veio de verdade a tona nessa segunda etapa e fiz muitas cenas, tive aula teórica sobre o método Stanislavski, li vários livros e tive aula de corpo - o que mais uma vez testou meus limites com a tal consciência corporal.  Era extremamente cansativo, mas um cansaço do bem, tanto físico quanto mental.
Fui viajar no meio do ano de férias e voltei grávida! Acabei não fazendo a última cena do curso, pq era muito forte e envolveria algo mais forte ainda, e eu não poderia fazer  principalmente estando grávida. Eu era Nina, uma mulher que vivia em uma péssima situação financeira com o marido, que se descobriu grávida e que levava um soco na barriga por ele não desejar o filho. Realmente esta cena ficou para um próxima, mas com certeza voltarei um dia. Sei que o teatro trouxe pessoas maravilhosas na minha vida e foi um momento muito produtivo que tive, de muita criatividade, de estudo e consciência. Torço muito pelo sucesso de todos que continuaram e um dia ainda nos encontramos pelos palcos da vida.
Depois de provar um pouquinho da vida por aí, agora lá vou eu provar para sempre a Maternidade!

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